RESENHA | O CONTO DA AIA – MARGARET ATWOOD

O Conto da Aia vai muito além de uma distopia, O Conto da Aia é pura crítica.

A estória acontece em um mundo distópico em que as mulheres perderam todos os seus direitos, e a sociedade vive em um regime teocrático totalitário e fundamentalista cristão, resumindo: um governo opressor que seguia a risca as leis divinas (biblia), você já viu algo parecido com isso nos países Islâmicos, e foi denominado como República de Gilead.

As mulheres perderam o direito da liberdade e foram degradadas, oprimidas e obrigadas a seguir um regime e serem classificadas de 4 formas: as Esposas são mulheres ricas que são casadas com Comandantes (sim os homens são chamados dessa forma) e são mulheres que antes de tudo começar eram recatadas e seguiam os padrões bíblicos de casamento e tem como função manter as aparências. Temos as Marthas, que são mulheres inférteis mas que tem serventia com trabalhos do lar. Temos as Aias, que são mulheres com apenas uma finalidade: procriar. E temos as Econoesposas, que são como as esposas, porém são pobres e precisam fazer tudo dentro do lar, sendo uma mistura de Martha, Aia e Esposa.

Tudo é pelo ponto de vista de uma Aia, e ela dá detalhes explícitos de como é sua vida de reprodutora. Lembrando que nem mesmos as Aias tem facilidade em ter bebês pois o índice de natalidade é super baixo. Não quero dar tanto detalhes sobre a estória em si mas frisar alguns pontos importantes que encontrei nesse livro.

  • Degradação da Mulher
  • Crítica Religiosa
  • Crítica ao estupro e aborto
  • Critica ao Feminismo
  • Crítica aos Extremismos: tanto feminista como religioso.

Me senti muito enojada, senti frio na barriga e incredulidade enquanto lia, foi difícil engolir esse sistema imposto. A escrita é dura, feita para chocar mesmo e ao contrário das outras distopias, nós não sabemos bem do que se trata, tudo são fragmentos do passado e do presente da vida da protagonista Aia.

O pior de tudo (digo pior no sentido de difícil de engolir) era saber que a protagonista aceitava essa sociedade, apoiava e fazia parte dela de bom grado, mas em contradição ela sofria muito com isso, pois ainda tinha um passado para se lembrar. Ela tentava esquecer quem ela realmente era para tentar sobreviver.

Senti uma contradição em alguns momentos da leitura, não sei se entendi bem ou se era isso mesmo que a autora passava, mas em momentos ela parecia apoiar o feminismo mas em outros ela criticava em o que o extremismo feminista poderia levar.

Enfim, o livro é muito mais que uma distopia e eu sinto que não peguei todas as críticas que a Margarett coloca em seu livro genial. Ms deixo mais do que recomendado esse livro incrível e forte!

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Este post tem um comentário

  1. Ray Cunha

    Olá Jé,
    Apesar de distopia ser completamente fora da minha zona de conforto, eu tenho tanta, mas tanta vontade de ler esse livro, principalmente por esse destaque no feminino. Adorei sua resenha.

    Beijo!
    http://www.amorpelaspaginas.com

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