Resenha do livro It A Coisa

RESENHA | IT A COISA – STEPHEN KING

Estou tentando escrever uma resenha sobre esse livro já faz meia hora e não saio do lugar.

O livro é realmente surreal, mas vamos por partes!

A História toda se passa em Derry, uma cidadezinha ‘’pacata’’ do interior do Maine, que conta com a inocência e alegria de 7 crianças: Bill, Mike, Richie, Bev, Stan, Ben e Eddie, os Otários de Derry. Talvez por serem os perdedores, ou por pura ação do destino, eles se unem com um objetivo, matar A Coisa.

No verão de 1958 esses garotos entendem o real sentido da amizade, do medo, da confiança e sobretudo do amor, quando resolvem enfrentar o maior dos medos que ronda Derry, deixando rastros de sangue por onde passa. Juntos eles descobrem o poder da união e acreditam que está tudo bem, porém após quase 30 anos depois, esses amigos são chamados para retornar a Derry, sua antiga cidade da infância para enfrentar novamente o pior dos medos, A Coisa.

 

 

Não consigo expressar realmente o que eu senti lendo esse livro. Ele possui uma história muito rica em assuntos extremamente importantes, logo de início já podemos perceber isso apenas com os personagens, sendo eles Gago, Negro, Pobre e Garota, Gordo, Doente, Judeu, e simplesmente por usar óculos. Vai tratar também de assuntos como o racismo, homofobia, relacionamento abusivo, muita violência, crueldade e, enfim. E o King trata desses assuntos sem nenhum medo, escreve de uma forma que dá a impressão de que você está vivendo aquilo junto dos personagens, você fica com raiva, com medo, angustiado, e a sensação que temos é de realmente estar dentro do livro, dentro de Derry.

O livro em si não é só sobre o medo, é acima de tudo sobre amizade, sobre como podemos enfrentar nossos medos e supera-los. Se você acha que não vai conseguir ler esse livro porque tem medo de palhaços ou por simplesmente ser medroso (como eu kkk), você está enganado. O Nivel de medo desse livro na minha opnião é 2 (em uma escala de 1 á 5), pois tudo é na visão de crianças, os medos são muitas vezes banais, como medo de uma criança mesmo, então fique tranquilo e encare! O livro não é sobre palhaços, acredite.

 

 

Agora vamos as minhas considerações…

Talvez eu tenha sido crítica demais ao avaliar esse livro, mas foram 2 meses de leitura, criei uma expectativa enorme, morri, me angustiei, torci, enfim, esperei demais. Me apeguei muito ao livro, aos personagens e à história, talvez tenha sido por isso.

De início, a cada página que eu virei, fiquei totalmente submersa nesse mundo, ele coloca a essência dos personagens, te faz passar por várias linhas de raciocínio e por montanhas-russas de sentimentos que nem você entende. Realmente Intenso. It estava seguindo uma linha crescente para mim, até chegar na parte 3, em que eu achei meio enrolativa, descritiva demais em coisas que não acrescentou muito a história, mas até ai tudo bem, serviu para conhecermos um pouco mais. A parte 4 foi razoável, deu um certo up disfarçado, me deixou aflita e curiosa por estar chegando perto do final, porém a parte 5 foi bem desastrosa.

Tive a impressão de que o King perdeu um pouco a mão, não sabia muito o que estava escrevendo, sem um planejamento e foi jogando elementos na história que ao meu ver eram incoerente com o nível que a história estava seguindo.

 

Ficaram muitas pontas soltas, sem explicações que eu acreditava serem fundamentais, mas acredito que muitas pessoas vão gostar pois isso abre um leque enorme para conclusões e suposições. Outro ponto negativo foram algumas cenas absurdas e desnecessárias que quem leu vai entender bem do que eu estou falando.

O final foi extremamente viajado, mas repito, esperei demais, criei expectativas demais e esperei muitas resposta que ao final eu não tive. Não gosto de livros que te instigam, te matam de ansiedade para no fim não explicarem quase nada, deixando pontas soltas e sem sentido. Gosto sim de mistérios mas que eu possa desvendar e ser provado que era isso.

Acho que vou parar por aqui porque essa resenha está ficando gigantescas. Recomendo sim o livro, amei a leitura mesmo com o tombo que levei. Leia com a mente bem aberta e não crie expectativas, deixe que o livro te leve e não leve tão a sério.

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Este post tem 2 comentários

  1. Nara

    Eu tive as mesmas impressões que você em relação ao final desse livro. Achei que o King estava meio perdido. Também não gosto de histórias que instigam e não explicam. Gostaria de ter tido algumas explicações sobre questões que me deixaram ansiosa durante a leitura.
    Acredito que para ler It a gente tem que tirar um pouquinho os pés do chão e deixar a realidade de lado. Talvez quem conseguir fazer isso, possa apreciar melhor o final. Eu realmente não esperava algo como aquilo. kkkkkkkkkk
    Ótima a sua resenha, Jé. Amei! Parabéns! ❤️

  2. Renata Laffite

    É um livro muito valioso, legal! O filme tem seus melhores momentos na dinâmica do Grupo, lembrando os clássicos de Spielberg e a nostalgia dos filmes da década de 80. IT, a Coisa. uma obra prima do medo!! O início do livro é arrastado: pelo menos até a página 500, nada de muito emocionante acontece. É preciso paciência. A história de Beverly é incrível, mas pode ter muitos gatilhos para quem tem problemas com assuntos como violência contra a mulher, estupro e assédios. As cenas de espancamento e abuso são relatadas detalhadamente, o que torna os capítulos referentes à garota difíceis de serem lidos. Aliás, cenas de violência estão presentes em todo a obra. A ação sinistra da Coisa parece brincadeira de criança (literalmente), se comparadas com as surras que o “valentão” Henry Bowers dá nas outras crianças. Depois de ler mil páginas, o que o leitor espera é que as últimas 100 sejam excepcionais — e expliquem toda a doideira que rolou até aquele momento. Mas não é isso que acontece. O fim de It decepciona por ser muito alheio ao que se esperava. A história do livro parece muito real, até o leitor se deparar com um final completamente místico e desconexo. Outro fator crucial, é claro, é a prosa de Stephen King. O homem faz sucesso por um motivo: a história é tão bem contada que o leitor se sente dentro da pequena cidade de Derry, onde tudo acontece, e se emociona com os personagens.

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